🌿 Minha História – por Nâna Pinheiro

 

Tudo começou com um lustre.

Na verdade, com dois.

Eu tinha comprado um lustre de macramê feito pela prima do meu marido pra colocar em casa. Mas precisava de outro e naquele momento, comprar mais um simplesmente não era possível.

Foi aí que decidi aprender.

Comecei a estudar macramê movida pela estética. Mas foi a vida que me levou mais fundo.

No meio desse processo, recebi o diagnóstico de metástase do câncer de mama,agora no pulmão, abdômen e costas.

O tratamento me salvou, mas também me deixou marcas: dores, limitação nos dedos, tornozelos, joelhos... Uma artrite reumatóide que me ensinou a desacelerar até o toque.

Voltei ao macramê como forma de fisioterapia para as mãos.

No começo, achei que nunca conseguiria. Eu sempre tive afinidade com trabalhos manuais, mas o macramê parecia um idioma novo. Técnico. Exigente.

Ainda assim, continuei.

Durante a pandemia, precisei me isolar por conta da COVID.

Foi nesse isolamento que comprei um curso de nós básicos e saí dele com meu primeiro painel pronto.

Foi o meu jeito de ocupar o tempo com sentido.

Foi o começo de algo que virou abrigo.

Hoje, o macramê é mais que uma técnica. É uma forma de cura emocional, mental e simbólica.

Nem todo dia é fácil. Nem toda peça nasce fluida. Mas cada nó que dou é também um ponto de retorno pra mim mesma.

Se você chegou até aqui, obrigada.

Você está conhecendo não só uma marca, mas uma história feita de fios, recomeços e alma.

Nãna.